Há caos na paz e paz no caos



Rio de Janeiro, 19 de abril de 2019

Ando cansada de dizer “tô bem, tudo bem” e colocar um sorriso no rosto.
Ninguém consegue ver que, na verdade, eu tenho gritado, em silêncio, por socorro.
Preciso que alguém me ajude.

Me dói ter ficado, por tanto tempo, negando para mim mesma o meu estado de saúde mental.
Mas a quem eu quero enganar?
Minha mala, feita em janeiro, para viajar para casa dos meus pais, continua no canto do quarto intacta.

Meu guarda-roupa?
Bom, só reflete meu estado, o puro caos.

Hoje eu me quebrei de novo, irrompi em um choro sem sentido.
Até sentir e sentir demais.
Senti o vazio, a falta de proteção, a saudade.

Juro que, enquanto chorava, pude ouvir meu coração se partindo dentro de mim mais uma vez.

Aos soluços, pedi a Deus que me ajude, porque eu não aguento mais.
Não mais uma vez.
Não mais outra crise.
Rio de Janeiro, 20 de abril de 2019
Ter admitido que não estou bem, melhorou o meu dia, juro!
Cair naquele choro doloroso, me acalmou.
Dizer que estou um caos, deu sentido a minha bagunça.

Ontem consegui lavar algumas roupas,
Hoje consegui criar,
Cuidar de mim de fora para dentro.

Em um bom tempo, peguei um livro e já estamos juntos há quase cem páginas!
Meu celular ficou de lado.

Me senti tão grata e tão bem
Porque eu consegui tudo isso (TUDO MESMO) sem planejar nada,
Apenas sentindo, de uma forma natural.

Minha mente está cheia, cheia do livro, de amor,  dos meus cabelos mais vermelhos, assim como minhas unhas.

Enquanto ouço uma música, relaxada em minha cadeira,
Parece que estou realmente vou conseguir quebrar o ciclo,
Quebrar, antes que ele quebre comigo, me deixando em frangalhos; há esperança.

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