ao amor que não mais está

 





Olhei em seus olhos, mas você não olhava para mim. Não teve a coragem de dizer, olhando nos meus olhos, que se apaixonou por outro alguém. Foi difícil perceber que você não conseguia mais se fixar em mim. Gostaria de ter perguntado o que era melhor do que os quatro anos que estávamos passando juntos. E por quê você não conseguia dizer a verdade.

Hoje acordei me lembrando de você. Sonhei com nós. De como você me tinha com um sorriso e como seus olhos castanhos brilhavam ao olhar para mim. Sempre que você me vem à mente, logo esqueço daquele olhar vazio e me parece que tudo foi perfeito, que não haviam brigas, que éramos almas gêmeas.

Mas logo depois vem à memória que você se foi e se foi sem mim. Chorei por meses, vivi o luto da sua perda e aquele olhar para o horizonte sempre me disse que você queria me poupar de outra dor. Mas nada aidiantou. Você quis me proteger, mas me fez sofrer duas vezes: quando se foi e quando foi levado.

Finalmente, olhando em meus olhos naquele quarto sem vida, você me disse que me amava. Que eu tudo para você. Me pediu perdão pelo afastamento e por me fazer chorar. Disse até que, se pudesse, casaria comigo bem ali, naquele lugar doentio. 

Foram tantos momentos...

Juro que, oito anos depois, ainda pergunto se estaríamos juntos, caso o destino não houvera se metido em sua vida de uma maneira tão drástica. Gostaria de saber o que haveríamos construído ou se haveríamos nos destruído com aquela sua mania idiota de tentar me poupar da vida real ou com a minha estupidez de querer sempre ter as últimas palavras, mesmo que elas fossem "não mais".

Sinto sua falta.
Do meu melhor amigo, do meu grande primeiro e eterno amor.
Do seu abraço
E do fato de nunca conseguir ficar bravo comigo por mais de dois minutos.
Sinto falta do seu cheiro que, ao longo dos anos, se perdeu.
De como você adorava criar musiquinhas idiotas para mim no violão
E do fato de ser canhoto
E vestir-se de preto.
Do seu cuidado de me poupar,
Mas do seu jeito de me amar é o que eu mais sinto por não mais te ver voltar.


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