Estou fazendo um diário

Diário, agenda e stabilos para deixar tudo mais fofo <3
Maturidade? Não temos! =)

Todo mundo que faz terapia - que eu conheço -, já fez/faz diário.

É como uma tarefa de casa dos psicólogos, sabe? E eu reparei que isso independe da abordagem. Todas as psicólogas pelas quais passei até agora, me pediram para fazer um diário. Comecei lá no Vigor Frágil, depois criei este belo bloguinho, apenas para falar sobre meus altos e baixos da depressão e dos meus sentimentos.

Hoje, algum tempo - e psicólogas - depois, resolvi comprar um caderninho sem pautas e iniciar um diário de verdade. Conto as coisas que fiz, coisas que senti. É estranho escrever essas emoções à lápis e não vomitá-las pela internet afora.

Mas por que, depois de quase um ano de terapia, eu realmente cedi em fazer um diário?


Acho que o motivo é porque hoje, eu realmente não quero voltar nunca mais para os lugares que eu já fui, para os rumos já tomados pelos meus pensamentos. Finalmente entendi que eu posso sempre trocar a medicação, mas o que realmente vai me ajudar a lidar com os meus sentimentos - sejam eles bons ou ruins - será a terapia.

Os remédios me ajudam a dormir - e às vezes nem eles funcionam realmente -, a fazer conexões químicas que meu cérebro não faz sozinho, mas eles nunca me ensinaram a ressignificar meus sentimentos, a mudar o foco dos meus pensamentos ou fazer com que eu me encontre dentro de mim, entende?

Cansei de ter medo dos meus pensamentos, de ter uma crise de choro na sala de acupuntura e pedir para ficar um tempo ali para me recuperar. Cansei de que toda cena de pai e filha ou família feliz, seja um gatilho para que eu chore por horas. Cansei de me meter em situações merdas por causa da autossabotagem. Cansei também de magoar pessoas através do meu jeito deturpado de ver as coisas.

Mas há, ainda, outra razão: acompanhar minha evolução e meus altos e baixos ao longo do tempo. Poder reler momentos felizes e revivê-los para me alcançar dentro de mim e me tirar dos lugares escuros que eu possa voltar. É, ainda, poder sorrir com a lembrança de quanto eu sofri com um problema tão minúsculo, mas que eu fiz uma tempestade.

Acima de tudo, fazer um diário é um comprometimento muito maior comigo mesma, do que me sentar em um sofá confortável e vomitar palavras e sentimentos para um psicólogo. É aprender a lidar comigo mesma, ao invés de jogar tudo no colo do outro.

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